sexta-feira, 18 de setembro de 2009

porco americano

Aquela da massagem

Tentamos ir uma vez por mês para Florianópolis, para visitar meus pais, mas nem sempre dá.
Em julho de 2009 fomos, e estava bem frio. Florianópolis trocava de vento sul para lestada (como se eu entendesse alguma coisa de vento), e não deixava ninguém em paz. Estava realmente bem frio.
Eu tenho o costume de sair cedinho de casa para comprar pão quente para o café. O Bruno acorda cedo mesmo, e assim que encontro alguém para ficar com ele - normalmente a minha mãe, a primeira que acorda - eu saio para comprar o pão.
Naquele dia senti que saí desagasalhado, e o frio doía nos ossos. Assim que voltei para casa, senti uma dor forte nas costas e fiquei, literalmente, todo torto. Minhas costas parecem que empenaram. Fiquei corcunda para o lado, se me entendem.
Lembrei de um amigo que demorava muito no banho quente e a esposa jogou um copo de água gelada nas suas costas durante o banho. Tá torto até hoje.
Tentamos de tudo, massagem, bolsa de água quente, deitar no chão, e a dor só aumentava. Posteriormente o médico disse que foi o acumulo de fatores, como a cama, o frio, levantar criança no colo de manhã com o corpo frio, etc...
Foi aí que meu irmão teve a idéia de me levar na massagista da mulher dele. Fica num prédio bem no centro de Florianópolis, e elas fazem massagem estética. Poderiam também fazer terapêutica.
Me deixou na esquina, me indicou o edificio e foi estacionar o carro. Enquanto isso fui até o prédio e no hall, perguntei ao porteiro sobre essa tal clínica de massagem. Ele apontou o 602 e eu li na placa: clinica protética. Ele assegurou:
- Pode ir que é lá mesmo, eles só não mudaram a placa.
Pô, será que o cara não viu que eu tava todo torto e qual era o tipo de massagem que eu estava procurando?
Subi, bati, esperei, e de repente me abre a porta uma menina com MUITA maquiagem, de corpete e cinta liga e solta um OOOOiiiiiii, que levou bem uns 9 segundos. E já pegou pelo meu braço e me puxou para dentro.
- Você quer ver as meninas para escolher ?
E nessa hora começou a chegar um monte de mulheres, todas com MENOS roupa que a anterior. E eu tentando explicar que não era este tipo de massagem que eu estava querendo.
Finalmente viram meu estado, mas daí só piorou. Começaram a falar descontroladamente sobre meu estado de saúde, cada uma dando uma dica que tinha aprendido para curar a dor. Toma chazinho disso, aplica um preparado com losna, etc...
Quando a coisa já estava bem ruim, batem na porta.
- É mais um cliente. E cliente não pode ver cliente.
- Como? - tentei balbuciar.
Mas era tarde. Fui empurrado para dentro de um quarto, sozinho graças a Deus, enquanto recebiam o próximo cliente.
Olhei para o lado, e me dei conta da situação: um quarto diminuto, ocupado quase em sua totalidade por uma cama com lençol vermelho, uma mesa de cabeceira com um rolo de papel higiênico em cima, um abajur com gosto para lá de duvidoso e eu, todo torto, de pé no meio do quarto, aguardando o próximo cliente fazer sua escolha.
Agora imagina se fosse a polícia. Porque é obvio que aquele lupanar não podia funcionar ali, num edifício comercial, bem no centro de Florianópolis.
O meganha ia entrar no quarto e dizer?
- E tu, não adianta se fingir de torto – e ia me descer o cacetete. Quem sabe pelo menos consertava...
Cliente despachado, fui libertado. Pediram desculpas pela confusão e me mandaram para o 901, porque aquela confusão já havia acontecido antes, e a “outra” casa de massagem ficava no 9º.
Mas só me libertaram quando prometi que voltaria assim que ficasse bom...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

barata espírita

O Peixinho

Blumenau copiou de São Paulo a lei da cidade limpa. Colocamos abaixo todas aquelas placas grandes, letreiros enormes, que só poluem o visual. A Rua XV ficou com outra cara.
Só criou um problema aqui em casa, quando tiraram o "M" do McDonald´s.
O Gabriel não entendeu, não acreditou, e não admitiu.
Desde minha época da prefeitura, eventualmente encontrávamos o prefeito, e o João Paulo sempre foi muito amável, e ouvia o que o Gabriel tinha a dizer. Pois nesta situação o Gabriel disse que precisava falar com o Prefeito, e que se ele tivesse podido votar, ele teria votado contra esta lei.
Fiquei feliz com este progresso democrático aqui em casa. Desde que seja da porta para fora, mas feliz.
Expliquei que a lei já tinha passado, e estava sendo colocada em prática, tanto que estavam tirando os famosos "arcos dourados".
O menino começou a chorar. Falei que aquilo não mudava nada, que o gosto do sanduíche não mudaria, e que ele continuaria levando o brinquedo para casa a cada lanche consumido, mas não adiantou. Não teve argumentação que resolvesse.
Tentei mudar de estratégia. Sou estudado.
Falei que era desproporcional chorar por causa de uma placa. Se ele estava chorando pela placa, imagina o que ele faria quando morresse alguém. Ele imediatamente parou de chorar e perguntou:
- Quem vai morrer?
Vi que fui longe demais. Pensei rápido e emendei:
- Talvez o seu peixinho, o Gates. Um dia ele vai morrer. Daí sim você pode chorar.
Ele até entendeu a comparação, mas ficou preocupado com o peixe.
- Eu não quero que o Gates morra.
Aproveitei a brecha e inseri a lição de moral:
- Pois é, mas então você deveria valorizar mais o seu bichinho. Nunca vi você dar comida, limpar o aquário, indo conversar com ele.
- Tá, então quando eu chegar em casa, eu vou lá falar com ele.
E assim consegui conter o choro, e acalmar até chegar em casa. Fiquei todo feliz, porque consegui atingir dois objetivos: parar de chorar por coisa boba e dar mais atenção ao peixinho. Realmente a morte do peixe seria coisa muito pior.

Seria, se não tivesse realmente acontecido.
Acontece que o Gates já tem quase 4 anos, o que é um recorde para um Beta. Quer dizer, seria um recorde se ele tivesse chegado lá, mas não chegou.

Abri a porta e ele correu para o aquário. Enquanto eu fechava a porta e ia largando as coisas, ouvi as palavras que até hoje me gelam a espinha: “Gates, o que você está fazendo no fundo do aquário? Pai, o Gates está dormindo no fundo do aquário. E não acorda nem quando eu bato no vidro. Gates? Gates?
E daqui em diante vou poupar seus ouvidos.
Dia seguinte levei ele para falar com o prefeito, para ver se dava para reverter pelo menos a placa do McDonald´s.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Estacionando

Gravidade Zero

Sempre que o elevador está chegando a algum andar, e dá aquela desacelerada, o Gabriel dá um pulo. Na mesma hora. Ele já decorou quanto tempo leva e a sincronia é perfeita. Dia destes eu elogiei, e perguntei como era o nome daquele pulo, já que eles sempre botam nome nos pulos:
- Gravidade zero. Quando eu pulo, parece que estou em gravidade zero.
Só nao imitei ainda porque tem câmera no elevador. Mas que deve ser legal, isto deve.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

homenagem do angeli ao michael jackson

A luta dos bonecos

Ontem fui levar o Bruno, de dois anos, para o colégio, e ele estava travando uma guerra na cadeirinha. Tinha um boneco em cada mão, e ficava batendo um boneco no outro enquanto gritava: "Iááááá", "Pow". Eu, preocupado com a integridade material dos bonecos, e principalmente analisando a possibilidade de ter que comprar outros depois, cobrei:
- Bruno, o que está acontecendo aí atrás? Precisa de tanta violência? Vais quebrar os bonecos...
- Deixa, pai. É que este "episódio" é de violência.
Dois anos.